Apesar de estudarem mais e trabalharem mais horas, os salários entre homens e mulheres são desiguais. Entenda mais a seguir
Uma realidade complicada: mulheres trabalham mais e estudam mais que os homens, mas isso não se reflete nos salários. A diferença salarial entre homens e mulheres ainda é gritante: elas recebem cerca de 77,5% do rendimento dos homens, segundo a última pesquisa feita pelo IBGE. E olha que as mulheres trabalham cerca de três horas a mais por dia em relação a eles, isso combinando trabalhos remunerados, domésticos e cuidados de pessoas.
A mudança é lenta Bem lentamente, a diferença entre os rendimentos de homens e mulheres está diminuindo. Mas não se engane: ainda falta muito para que os salários se tornem equivalentes. De acordo com a última pesquisa do IBGE, em 2017, elas ainda recebiam o equivalente a 77,5% dos rendimentos dos homens. Segundo o IBGE, essa diferença não é só uma questão de discriminação: “em função da carga de afazeres, muitas mulheres se sentem compelidas a buscar ocupações que precisam de uma jornada de trabalho mais flexível” e, consequentemente, recebem menos.
Quanto mais estudo, maior a diferenças
Uma pesquisa da Catho, de 2018, mostra que as maiores diferenças salariais se dão entre os profissionais de nível superior e com MBA. Prepare-se para o susto: as mulheres ganham quase a metade do salário dos homens. O percentual de diferença só é atenuado conforme a escolaridade vai diminuindo. Mesmo assim, o salário dos homens é superior em todos os níveis de escolaridade.
Tem explicação? De acordo com a Catho, muitas mulheres interrompem a vida profissional por causa da maternidade ou por mudarem de carreira e começarem do zero em outra profissão. Essa última alternativa acontece com mais frequência que para os homens.
Não é só no Brasil Você já deve ter visto alguma notícia sobre atrizes de Hollywood falando abertamente da diferença salarial em relação aos homens… Por exemplo, Natalie Portman revelou que recebeu três vezes menos do que Ashton Kutcher na comédia “Sexo Sem Compromisso”.
De acordo com a lista da Forbes, os salários dos homens ainda se sobressaem – e muito. Em 2018, o ator mais bem pago, segundo a Forbes, foi George Clooney, com US$ 239 milhões. A mulher mais bem paga foi Scarlett Johansson, com apenas US$ 40 milhões. Sobre essa diferença gritante, as atrizes têm falado em entrevistas e premiações, por exemplo. Mas a indústria do cinema ainda não fez grandes avanços nesse sentido.
O que pode ser feito?
As empresas podem criar mecanismos de transparência salarial, discussão aberta sobre bônus e aumentos, auditoria e monitoramento de salários, por exemplo. Falar publicamente já é um começo.
Uma atitude importante para os Estados Unidos rolou em 2009, quando o então presidente Barack Obama assinou a Lei de Igualdade Salarial, que facilita os processos judiciais em casos de discriminação sobre salários relacionados à idade, sexo, raça, religião ou país de origem.
E no Brasil?
Aqui, essa lei já existe. Trata-se do artigo 373-A, que diz “é vedado considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional”. Também existem projetos de lei tramitando pelo Senado para que aumente a multa em caso de desigualdade. Mas a gente sabe que, na prática, ainda falta muito e nem sempre as leis são aplicadas. O caminho é longo e os avanços são pequenos. Então, cabe a todos nós monitoramos e colocarmos o assunto em pauta sempre. Vamos nessa?
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